Mário Quintana é um poeta brasileiro, nascido em Alegrete, Rio Grande do Sul. Ele trouxe para a literatura um olhar singular sobre as pequenas grandes coisas da vida.
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Biografia de Mário Quintana
Mario Quintana, nascido em 30 de julho de 1906 em Alegrete, Rio Grande do Sul, é uma figura emblemática da poesia brasileira, cuja obra transcende gerações. Filho de uma família simples, desde cedo Quintana demonstrou um fascínio pelas letras, algo que o definiria pelo resto da vida. Ao mudar-se para Porto Alegre em 1919, sua perspectiva e suas interações com o mundo literário se expandiram, marcando o início de uma jornada poética sem igual.
Mário Quintana publica seu primeiro livro “A Rua dos cataventos”, em 1940 (Imagem de Kerttu por Pixabay)
Cronologia de Mário Quintana
- 1906 - Nascimento: nasce em uma noite fria de 30 de julho, na cidade de Alegrete, RS. Quarto filho de Celso de Oliveira Quintana e Virgínia de Miranda Quintana.
- 1913 - Primeiros passos na leitura: aprende a ler com o Jornal Correio do Povo e recebe noções de francês de seus pais.
- 1914 - Educação formal: ingressa na Escola Elementar mista de Dona Mimi Contino.
- 1915 - Educação avançada: estuda com o mestre português Antônio Cabral Beirão, concluindo o curso primário.
- 1919 - Colégio militar: matriculado no Colégio Militar de Porto Alegre, inicia sua vida literária publicando na revista Hyloea.
- 1924 - Mudança profissional: deixa o Colégio Militar e trabalha brevemente na Livraria do Globo.
- 1925 - Retorno a Alegrete: trabalha na farmácia de seu pai.
- 1926 - Perda e reconhecimento: sua mãe falece. Ganha um concurso de contos do jornal Diário de Notícias com "A Sétima Personagem".
- 1927 - Mais perdas e publicações: seu pai falece. Publica um poema no Rio de Janeiro através de Álvaro Moreyra.
- 1929 - Carreira jornalística: entra para a redação do jornal O Estado do Rio Grande, dirigido por Raul Pilla.
- 1930 - Voluntariado e revista: voluntário do Sétimo Batalhão de Caçadores e começa a colaborar com a Revista do Globo.
- 1934 -Traduções: inicia suas famosas traduções para a Editora Globo, começando com "Palavras e Sangue" de Giovanni Papini.
- 1940 - Primeira obra publicada: lança "A Rua dos Cataventos", recebendo ampla aclamação.
- 1953 - Correio do Povo: começa a trabalhar no jornal e a publicar "Do Caderno H".
- 1962 - Publicação consolidada: publica "Poesias", que reúne obras anteriores sob os auspícios da Secretaria de Educação e Cultura do RS.
- 1966 - Antologia e reconhecimento: publica "Antologia Poética" e recebe o Prêmio Fernando Chinaglia da União Brasileira de Escritores.
- 1976 - Comemoração dos 70 anos: recebe diversas homenagens, incluindo a medalha Negrinho do Pastoreio.
- 1980 - Prêmio Machado de Assis: reconhecido pelo conjunto de sua obra pela Academia Brasileira de Letras.
- 1983 - Homenagem eterna: o Hotel Majestic transforma-se na Casa de Cultura Mario Quintana.
- 1994 - Falecimento: Mário Quintana morre em 5 de maio, em Porto Alegre.
CMPA - Colégio Militar de Porto Alegre
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Estilo literário de Mario Quintana
Mario Quintana era um poeta do cotidiano, um artista das palavras que encontrava poesia nos momentos mais simples da vida. Seu estilo literário é frequentemente celebrado pela capacidade de transformar o ordinário em extraordinário, usando uma linguagem acessível que toca profundamente leitores de todas as idades.
Temas recorrentes
Quintana tinha uma habilidade especial para tecer reflexões sobre temas universais como o tempo, a vida cotidiana e a morte, sem nunca perder a leveza. Em seus versos, o tempo não é apenas uma sequência de segundos, minutos e horas; é um personagem vivo, que interage com os seres humanos e afeta suas vidas de maneiras profundas.
Em "O Tempo", ele escreve: "A vida é o dever que nós trouxemos para fazer em casa. Quando se vê, já são seis horas! Quando se vê, já é sexta-feira! Quando se vê, já se passaram 60 anos!"
Essa capacidade de captar a essência da existência humana, com suas alegrias e tristezas, é uma marca registrada de sua obra. Ele consegue expressar, através de uma linguagem coloquial, profundos pensamentos sobre a vida, tornando o complexo em simples e o efêmero em eterno.
Influências e contribuições
Quintana foi um poeta modernista, mas com um estilo muito próprio. Ele partilhava da liberdade de forma e da ruptura com o passado propostas pelo modernismo, mas sempre com um olhar voltado para as pequenas coisas, para o aspecto humano e íntimo da vida. Seus poemas refletem a influência de grandes nomes da literatura mundial, como Marcel Proust e Virginia Woolf, dos quais traduziu várias obras para o português.
Essas traduções não apenas enriqueceram o repertório literário brasileiro mas também influenciaram o próprio estilo de Quintana. A delicadeza de Proust e a profundidade psicológica de Woolf encontram eco em seus poemas, que, por sua vez, ajudaram a moldar uma nova forma de fazer poesia no Brasil. Quintana foi, assim, um elo entre a literatura brasileira e a mundial, trazendo para o cenário nacional novas formas de expressão e sensibilidade.
Principais obras de Mário Quintana
Ao longo de sua vida, Mário Quintana criou um vasto e impactante acervo literário, cujas obras continuam a ressoar nas prateleiras e corações dos amantes da literatura. Entre seus muitos trabalhos, "Espelho Mágico" e "Baú de Espantos" se destacam, exemplificando sua habilidade única em tecer o cotidiano com a poesia.
Espelho Mágico
"Espelho Mágico", publicado em 1951, é uma coleção que se aprofunda na introspecção e na contemplação do eu e do mundo ao redor. Este livro se destaca por sua abordagem reflexiva, onde Quintana utiliza o símbolo do espelho para questionar e explorar a identidade pessoal e a natureza da realidade.
O poeta propõe que os leitores vejam além das aparências, incentivando uma visão mais crítica e consciente de si e do ambiente. A obra é composta por uma variedade de poemas que alternam entre o lirismo e a prosa poética, mantendo um estilo acessível e direto, ideal para quem deseja iniciar um diálogo mais profundo com a poesia.
Baú de Espantos
"Baú de Espantos", lançado em 1986, reúne 99 poemas inéditos de Quintana, incluindo alguns escritos durante sua juventude, como o poema "Maria", datado de 1923. Este livro é considerado um dos mais importantes de sua carreira, não só pela amplitude temporal que abrange mas também pela diversidade de formas poéticas que apresenta.
Os textos variam de breves poemas em versos livres a sonetos mais estruturados, com métrica e rima, passando também por quadras de versos heptassílabos rimados. A estrutura cuidadosamente montada de "Baú de Espantos" oferece uma visão abrangente do desenvolvimento estilístico e temático de Quintana ao longo dos anos.
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Legado de Mário Quintana
Mario Quintana deixou uma marca na literatura brasileira, não apenas através de suas obras, mas também pelo impacto duradouro que teve sobre gerações de escritores e leitores. A simplicidade e profundidade de sua poesia transformaram a forma como muitos percebem e apreciam a literatura, tornando-a acessível e ao mesmo tempo profunda.
Influência continuada
Quintana é frequentemente citado como uma das vozes mais autênticas da poesia brasileira, cuja obra continua a inspirar e influenciar não só poetas, mas também músicos, artistas visuais e dramaturgos. Sua habilidade de encontrar o extraordinário no ordinário e de expressar complexidades emocionais e existenciais de maneira simples e direta ressoa com um público amplo e diversificado.
A abordagem de Quintana ao tema do tempo, da vida cotidiana e das questões universais da existência humana permanece relevante, ajudando novos leitores a navegar suas próprias experiências e emoções. Professores de literatura frequentemente utilizam seus textos em salas de aula, destacando a capacidade de Quintana de falar com todas as idades e contextos sociais.
Casa de Cultura Mario Quintana
Um dos testemunhos mais significativos do legado de Mario Quintana é a Casa de Cultura Mario Quintana, localizada em Porto Alegre. Originalmente um hotel onde Quintana viveu por muitos anos, este edifício foi transformado em um centro cultural dedicado a preservar e disseminar sua obra e influência.
A Casa de Cultura não serve apenas como museu ou espaço de arquivamento, mas é um local vibrante de atividades artísticas e literárias, promovendo eventos, oficinas, exibições e performances que refletem o espírito criativo de Quintana. Ela oferece uma conexão palpável com o poeta, permitindo que os visitantes explorem, de forma interativa, as diversas facetas de sua vida e obra.
Frases de Mário Quintana
A genialidade de Quintana está em perceber, em meio a complexidade da vida, a beleza e simplicidade das relações, das percepções e da vida humana. Confira algumas frases que mostram a delicadeza, simplicidade e genialidade do poeta.
- “A arte de viver é simplesmente a arte de conviver... Simplesmente, disse eu? Mas como é difícil!”
- “O livro traz a vantagem de a gente poder estar só e ao mesmo tempo acompanhado.”
- “Minha vida está nos meus poemas, meus poemas são eu mesmo, nunca escrevi uma vírgula que não fosse uma confissão.”
- “Um bom poema é aquele que nos dá a impressão de que está lendo a gente... e não a gente a ele!’
- “Tão bom morrer de amor! E continuar vivendo…”
- “A resposta certa, não importa nada: o essencial é que as perguntas estejam certas.”
- “O pior dos problemas da gente é que ninguém tem nada com isso.”
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