A origem da comemoração da data vem do século XIII, mais especificamente do ano de 1264. Na ocasião, o papa Urbano IV, papa da igreja católica entre 1261 e 1264, instituiu a comemoração da eucaristia após dois acontecimentos que o marcaram enquanto líder da igreja.
O primeiro dos acontecimentos associa a criação da data à freira belga Juliana de Mont Cornillon, nascida em Liège em 1193 e posteriormente canonizada Santa Juliana. Relatos e escritos sobre a freira indicam que durante anos, ela teve visões e sonhos nos quais recebeu mensagens de Jesus Cristo afirmando a importância da criação de uma data dedicada a celebração apropriada do sacramento da eucaristia e da transformação do pão e do vinho em corpo e sangue de Cristo.
A partir dos relatos da freira Juliana, o bispo da diocese de Liége, Roberto de Tourette, autorizou a celebração da eucaristia em uma festa que seria realizada pela primeira vez em 1247. O bispo de Liége, no entanto, faleceu antes de ver a realização da comemoração. Os relatos da freira, impactaram também Jacques Pantaleon, que em 1261 seria escolhido papa e adotou o nome de Urbano IV. Foi ele que, finalmente, estimulou as comemorações da eucaristia com base nos relatos da freira belga.
Outro acontecimento que influenciou as comemorações do Corpus Christi foi o chamado Milagre de Bolsena. Relatos afirmam que em 1264 o sacerdote de Boêmia, Pedro de Praga foi a Roma para encontrar com o papa Urbano IV. Na volta para a Boêmia fez uma breve parada na comuna de Bolsena, onde realizou uma eucaristia. Relatos afirmam que durante o sacramento, sangue escorreu da hóstia consagrada.
Rapidamente os relatos do milagre acontecido em Bolsena chegaram ao papa, que oficializou a comemoração da eucaristia. No decorrer dos anos seguintes, a festa espalhou-se por outros países católicos da Europa e tornou-se uma festa tradicional da igreja católica. Os objetos utilizados por Pedro de Praga na eucaristia foram recolhidos pelo papa Urbano IV e estão guardados até hoje na Basílica de Santa Cristina, em Bolsena.