A ideia de comemorar o dia da consciência negra em tal data nasceu das conversas entre quatro universitários gaúchos: Oliveira Silveira, Vilar Nunes, Ilmo da Silva e Antônio Carlos Côrtes.
O grupo questionava a outra data que se colocava na posição de representar a luta das pessoas negras, que era 13 de maio, dia em que foi assinada a Lei Áurea pela princesa Isabel em 1888.
A mudança de data, para os universitários gaúchos, representava uma escolha que partia genuinamente deles e não da oficialidade. Nesse sentido, representava, também, um ato de consciência. Na época, no entanto, a ditadura militar estava em seu auge no Brasil. O AI-5 já havia sido institucionalizado e os processos de censura cresciam vertiginosamente.
Em ocasião de uma publicação de uma nota no jornal local intitulada “Zumbi - A homenagem dos negros do teatro”, o grupo foi intimado a comparecer à Polícia Federal. Eles haviam sido confundidos com uma organização chamada VAR-Palmares. No fim das contas, após apresentarem uma série de esclarecimentos, eles foram liberados. A partir desse momento, contudo, a data ganhou repercussão nacional.