Deodoro da Fonseca nasceu em Alagoas em 1827. Ingressou no colégio militar aos 16 anos e nas tropas aos 21. Participou dos grupos do exército que atuaram no combate da Revolução Praieira, do Cerco de Montevidéu e da Guerra do Paraguai. Além disso, chefiou o setor antiescravista do exército e foi presidente da província do Rio Grande do Sul.
Marechal Deodoro e a Proclamação da República
Em toda sua trajetória, sem dúvida a Proclamação da República foi o momento histórico mais significativo do qual Marechal Deodoro da Fonseca participou.
Proclamação da República por Benedito Calixto, 1893.
Os últimos anos do Império no Brasil foram marcados por uma série de fatores que contribuíram para o enfraquecimento do poder de Dom Pedro II. O imperador acabou perdendo todas as suas bases de apoio (elite cafeicultora, Igreja e militares) naqueles que vieram a ser os anos finais do Segundo Reinado. Ou seja, o afastamento e perda de apoio da Igreja Católica no Brasil, das tropas militares após a Guerra do Paraguai e, principalmente da elite agrária após a abolição da escravidão, fez com que Dom Pedro II enfraquecesse e o caminho para a Proclamação da República fosse possível.
Foi nesse momento que os cafeicultores do Oeste Paulista, membros do Partido Republicano Paulista, se uniram aos militares permitindo assim o golpe da Proclamação da República em 15 de novembro de 1889 pelo Marechal Deodoro da Fonseca.
Dentre os anos da Primeira República pode-se fazer a distinção entre dois períodos: A República da Espada (1889 - 1930), onde o Brasil foi governado por dois militares: Marechal Deodoro da Fonseca e Marechal Floriano Peixoto. E a República Oligárquica, que começou em 1895 com Prudente de Moraes e só se encerrou com a Revolução de 1930.
Marechal Deodoro da Fonseca foi o primeiro Presidente da República do Brasil, eleito a partir de eleições indiretas. Ele e Floriano Peixoto (vice-presidente) foram escolhidos pelo Congresso Nacional.
O governo de Marechal Deodoro da Fonseca
O governo de Marechal Deodoro foi marcado por uma forte crise política e econômica. As forças políticas estavam ainda muito fragmentadas, gerando muitas disputas. Além disso, a moeda brasileira passou por um processo de desvalorização muito grande enquanto a inflação cresceu subitamente.
Entre 1889 e 1891 o Marechal governou em regime provisório. Algumas medidas tomadas pelo então Presidente da República foram:
- transformação das províncias em Estados;
- adoção do federalismo, transformando o antigo “Império do Brasil” em “Estados Unidos do Brasil”;
- modificação da bandeira nacional;
- determinação da laicidade do Estado;
- estímulo à industrialização;
- emissão de papel-moeda.
Essa última medida - a emissão de papel-moeda, determinada pelo ministro da economia do governo, Rui Barbosa, levou ao crescimento exponencial da inflação e à consequente crise do governo, chamada Crise do Encilhamento. Em 1890 foi convocada pelo Congresso uma nova Constituinte a fim de definir os rumos do poder no país e quem seria seu chefe de Estado.
Apesar da crescente impopularidade, em 25 de fevereiro de 1891 Marechal Deodoro da Fonseca foi reeleito. Entretanto, a grave instabilidade que seu governo angariou, decorrente da crise econômica e política desencadeada, fez com que em 23 de novembro de 1891 o Marechal renunciasse ao cargo.
A presidência foi assumida por seu vice, Floriano Peixoto, e seu mandato durou até 1894, quando a República da Espada foi encerrada.
Deodoro da Fonseca faleceu em 1892, no Rio de Janeiro, decorrente de complicações respiratórias.