Em 1º de janeiro de 2015, Dilma foi empossada para o seu segundo mandato na presidência da República, estando enfraquecida em meio a uma crise econômica e política que assolava o Brasil.
Desde então, o governo, em busca de construção da austeridade fiscal, foi tomando medidas impopulares, como novas regras mais rígidas para aposentadorias, o aumento da luz e da gasolina, cortes bilionários em todas as áreas e aumento de impostos. No início de fevereiro, a popularidade da presidente Dilma caiu de 42% para 23%, a avaliação mais baixa de um governo federal desde dezembro de 1999.
Em 8 de março, durante o discurso da presidente em comemoração ao Dia Internacional da Mulher, em várias cidades brasileiras ocorreram manifestações de desaprovação em forma de "panelaço". No dia 15, simpatizantes da presidente realizaram uma manifestação de apoio denominada "coxinhaço", numa referência aos opositores do governo, os assim denominados "coxinhas".
Entretanto, a insatisfação social com os problemas na administração nacional, a crise econômica e denúncias de corrupção levaram a um apoio maciço aos protestos contra o governo Dilma marcados para aquele mesmo dia. Enquanto alguns manifestantes clamavam pela renúncia da presidente, outros pediam uma intervenção da forças armadas e 19 pedidos para seu impeachment já haviam sido feitos, a maioria solicitados por cidadãos.
No dia 18 de março, conforme promessa de campanha, o governo enviou ao congresso uma série de medidas contendo mudanças objetivando fortalecer a legislação para combater a corrupção no executivo, legislativo e judiciário e uma melhor transparência no setor privado. Entre as medidas houve o projeto de lei que exigia Ficha Limpa para todos os servidores públicos nos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário e o decreto de regulamentação da lei anticorrupção.
Porém, em 12 de abril, novos protestos foram feitos contra o governo da presidente Dilma e, ao final de maio, o governo anunciou um grande corte de orçamento, estimado em quase setenta bilhões de reais. Os maiores cortes foram feitos nos Ministérios das Cidades (R$ 17,2 bilhões), Saúde (R$ 11,7 bilhões), Educação (R$ 9,4 bilhões), Transportes (R$ 5,7 bilhões) e Defesa (R$ 5,6 bilhões).
Em 5 de outubro de 2015, Dilma constituiu por decreto a Comissão Especial de Reforma do Estado com o objetivo de propor aos órgãos competentes medidas para aumentar a eficiência na gestão pública e reduzir custos por meio de revisão da estrutura organizacional do Poder Executivo federal.
Porém, mesmo assim, em 13 de março de 2016, manifestações populares ocorridas em todas as regiões do país levaram mais de três milhões de pessoas às ruas para demandar o fim da corrupção e a saída da presidente de seu cargo.
No dia 16 de março de 2016, Dilma nomeou o ex-presidente Lula como ministro da Casa Civil. O juiz de primeira instância, Sérgio Moro, responsável pela Operação Lava Jato, grampeou o telefone do investigado Lula e a justiça retirou o sigilo das interceptações em razão do teor do diálogos. Um destes diálogos entre Dilma e Lula, foi divulgado ilegalmente por Moro, e gerou dúvidas se a presidente estava tentando obstruir a justiça ao nomear Lula para o ministério, já que ele estava sendo investigado pela Polícia Federal.
O teor do diálogo deu fôlego para levar parte da população pró-impeachment às ruas para pedir a renúncia da Presidente. Em 17 de março de 2016, no dia da posse de Lula como ministro, um juiz federal suspendeu por meio de liminar os efeitos da nomeação.