O começo do século XIX foi marcado pelo domínio napoleônico na Europa. Napoleão Bonaparte, depois da Revolução Francesa, conquistou muitos territórios e começou a comandar países que passaram a ficar submetidos ao domínio do Primeiro Império Francês.
É nesse contexto que Napoleão decretou o chamado Bloqueio Continental, no ano de 1806, na tentativa de isolar a Inglaterra do restante do continente. O Bloqueio Continental proibiu que as nações europeias sob influência napoleônica comercializassem com a Inglaterra.
Retrato do embarque da família real portuguesa em 1807.
O problema é que muitos países eram dependentes economicamente da Inglaterra, principalmente Portugal, que tinha muitos tratados e acordos diplomáticos assinados com os ingleses.
Nesse período, Portugal era comandado por Dom João, regente do país. Por um lado, Dom João passou a ser muito pressionado pelos franceses, uma vez que não havia cumprido o Bloqueio Continental e continuava a comercializar com a Inglaterra. Por outro, pelos próprios ingleses, de quem Portugal dependia economicamente.
Na iminência da invasão napoleônica em Portugal, sabendo que seus exércitos não seriam suficientes, e apoiado pelo governo inglês, Dom João decide transferir a corte portuguesa para sua maior colônia, o Brasil.
A transferência da corte portuguesa para a colônia contou com a vinda do regente Dom João, sua família e um contingente de quase 15 mil pessoas, entre funcionários e pessoas ligadas à corte.
A chegada da família real no Brasil inaugurou o chamado Período Joanino.
Imediatamente, as mudanças mais significativas foram de ordem estrutural. O Rio de Janeiro não tinha condições de receber essa quantidade de pessoas, e foi preciso que o rei expulsasse antigos moradores de suas casas para abrigar os membros da corte.
Uma transformação fundamental foi também a abertura dos portos, assinada logo em 1808. A abertura significou a possibilidade de comércio da colônia com outras nações. Essa foi uma medida importante e pode-se dizer que uma das etapas do processo de emancipação do Brasil. Isso, porque rompeu com o chamado pacto colonial, que garantia a exclusividade de comércio da metrópole com a colônia.
Além disso, a vinda da família real para o Brasil significou a criação de instituições e construções, que tinham por finalidade tornar a vida da corte portuguesa melhor e melhorar a economia local.
É nesse contexto que se deu a criação do Banco do Brasil, do Teatro Nacional, Biblioteca Nacional e Jardim Botânico. Dom João também investiu na criação de estradas e aboliu a lei que proibia a criação de fábricas no Brasil. Dom João também criou a imprensa real e contratou artistas franceses para retratar o Brasil, a chamada Missão Francesa. O mais conhecido artista francês foi Jean-Baptiste Debret.