Após a Segunda Guerra Mundial, a conjuntura global viveu anos de tensão com a chamada Guerra Fria. O conflito girou em torno das disputas entre os modelos do socialismo e capitalismo, representados concomitantemente pela União Soviética e pelos Estados Unidos. A Guerra Fria criou uma extrema bipolaridade no contexto mundial.
A resistência da União Soviética e a força do projeto socialista geraram um enorme temor quanto a possibilidade do comunismo em vários países, inclusive entre uma parcela da população no Brasil.
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Contexto interno nacional: O Governo Jango
Foi nesse contexto que João Goulart, o Jango, assumiu a presidência da República no ano de 1961, após a renúncia de Jânio Quadros. Na época da renúncia de Jânio, o até então vice-presidente João Goulart estava em visita à República Democrática da China, uma ditadura comunista.
A aproximação de Jango com projetos comunistas gerou um grande temor entre políticos e militares brasileiros. Alguns desses fizeram uma investida na tentativa de impedir a posse de Jango em 1961. Entretanto, não obtiveram sucesso principalmente pela intervenção de Leonel Brizola e alguns militares que eram favoráveis à sua posse.
O governo de João Goulart foi alvo de muitas críticas de políticos como Carlos Lacerda, de esferas civis - como a classe média paulista - e militares da população, que acusavam uma tendência “esquerdista” do Presidente da República.
Uma das principais marcas do governo de Jango foi a tentativa de uma série de reformas de base, entre elas, a Reforma Agrária e a criação de leis trabalhistas para os trabalhadores do campo. Essa política foi mais uma vez interpretada como fruto de uma tendência para esquerda do então presidente, gerando insatisfação entre as classes médias e entre os militares nacionais.
O Golpe
O temor de uma possível Revolução Comunista e o desagrado com as políticas de João Goulart levaram às movimentações em torno da tentativa de impeachment do presidente.
Mediante a essa movimentação, João Goulart promoveu o chamado Comício na Central do Brasil, onde convocou a população e defendeu as reformas de base. Quase 200 mil pessoas acompanharam o comício onde foram pautadas as reformas tributária, eleitoral, pelo voto dos analfabetos, pela emancipação e justiça social.
O comício contou com bandeiras populares que pediam a legalidade do Partido Comunista Brasileiro, a Reforma Agrária, etc.
Como resposta ao Comício da Central do Brasil e a uma suposta “ameaça comunista” que este representava, setores políticos, civis e militares conservadores organizaram a chamada Marcha da Família com Deus pela Liberdade. Essa movimentação foi financiada pelos Estados Unidos, que no contexto da Guerra Fria tinha muito interesse em conter possíveis regimes de esquerda e movimentações comunistas nos países.
Essa marcha teve como um de seus organizadores o político Carlos Lacerda, a participação da Igreja Católica, de famílias e setores conservadores da população. A Igreja Católica temia a expansão e proliferação do ateísmo comunista. Esses grupos defendiam que João Goulart era um típico líder comunista que pretendia promulgar um golpe socialista no país.
É importante pontuar que as pesquisas historiográficas não comprovam a existência do planejamento de um golpe de esquerda nesse período e contexto no Brasil.
É nesse contexto que no dia 1º de Abril de 1964, tropas militares saídas de Minas Gerais invadiram o Rio de Janeiro e tomaram o poder. Inaugurou-se assim a Ditadura Militar Brasileira, que durou até o ano de 1985.
João Goulart pediu asilo político e se mudou para o Uruguai.
João Goulart.
Carlos Lacerda.
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