Antecedentes: governo Collor
Fernando Collor de Melo assumiu o poder em um momento econômico tenso no país, com altos níveis de desemprego e inflação. Suas medidas econômicas, apesar de conterem a inflação, acabaram por inaugurar um período de profunda recessão no Brasil.
A impopularidade de Collor só aumentava quando várias denúncias de corrupção acusavam o presidente e seus aliados. Nesse contexto, surgiram movimentos de oposição ao presidente, como os chamados caras-pintadas, que foram às ruas pedir o impeachment de Collor. Antes que o processo chegasse ao fim, em dezembro de 1992, Fernando Collor renunciou ao cargo.
Fernando Collor e Itamar Franco
Itamar Franco assume a presidência
Itamar Franco assumiu a presidência do país em janeiro de 1993, em meio a um contexto político e econômico complexo, permeado pela recessão, altos índices inflacionários e elevadas taxas de desemprego.
O governo de Itamar foi marcado por enormes esforços para organizar esse cenário. Para isso, buscou realizar alianças com diversos partidos políticos do país, principalmente o PMDB (Partido Movimento Democrático Brasileiro) e o PSDB (Partido da Social Democracia Brasileira).
Em abril de 1993, assim como estava instituído na constituição, foi realizado um plebiscito a fim de decidir o sistema político de governo do país. A população optou por manter o regime republicano, com 66% dos votos, e o presidencialismo, com 55%.
Plano Real
Uma das mudanças mais importantes do governo de Itamar Franco foi o Plano Real, criado por Fernando Henrique Cardoso, então Ministro da Fazenda, sociólogo e um dos fundadores do PSDB.
O objetivo do Plano Real era regular as taxas da inflação. Para isso, foi criada uma unidade real de valor (URV), que se aplicava a todos os produtos e correspondia a um dólar. Mais tarde, a URV se tornou a nova moeda brasileira, o real.
O Plano desenvolvido por FHC foi eficaz ao controlar a inflação, reduzir o déficit orçamentário e aumentar o poder de compra da população a partir do aumento das taxas de juro. Além disso, como Ministro da Fazenda, FHC promoveu a redução de gastos no orçamento público e a privatização de dezenas de empresas antes estatais.
O fim do governo
O aumento do poder de compra da população e o controle da inflação fizeram com que Itamar terminasse seu mandato com altos índices de popularidade. Em 1994, Fernando Henrique Cardoso candidatou-se à presidência da República e foi eleito com 54% dos votos, contra 27% destinados a Luís Inácio Lula da Silva.