Para compreender o Plano Collor e o porquê de sua existência, é preciso analisar a economia brasileira nas décadas anteriores à implementação desse pacote econômico.
No período compreendido entre 1968 e 1973, ainda durante a Ditadura Militar, a economia brasileira sofreu notável crescimento. A inflação, que em 1968 foi de 25,49%, caiu para 15,54% em 1973, e o PIB, que cresceu 9,8% em 1968 (já considerado um crescimento grande), aumentou 14% em 1973.
Esses bons resultados econômicos (chamado de “Milagre Econômico”) foram utilizados politicamente para desviar a atenção da população da violência do regime aos seus opositores.
No entanto, o “Milagre” foi alcançado às custas da tomada de grandes empréstimos, o que fez a dívida pública disparar. Além disso, em 1973 houve a Crise do Petróleo, durante a qual o preço do barril do petróleo aumentou mais de 400%. Vale lembrar que, à época, cerca de 85% do petróleo consumido no Brasil era importado, o que contribuiu ainda mais para o aumento da dívida pública.
Desta maneira, a partir de 1974, a inflação passou a crescer vigorosamente, atingindo 242,24% em 1985. A taxa de crescimento do PIB, por sua vez, conseguiu se manter em torno de 8% ao ano, porém com anos atípicos de crescimento baixo (0,8%, em 1982) e até mesmo recessão (-4,3% em 1981 e -2,9% em 1983).
Em 1974, sofrendo pressão de diversos setores da sociedade devido à violência do regime e, posteriormente, ao descontrole da inflação e da dívida pública, deu-se início à abertura política que culminou com a redemocratização, em 1985.
O presidente empossado em 1985, José Sarney, formulou, em conjunto com diferentes Ministros da Economia, Fazenda e Planejamento, diversos Planos Econômicos:
- Plano Cruzado I
- Plano Cruzado II
- Plano Bresser
- Plano Verão.
Nenhum deles surtiu efeito a longo prazo. Em 1989, último ano do governo Sarney, a inflação anual atingiu 1.972,91%.