A primeira fase da Revolta da Armada aconteceu no ano de 1891. Na época, o então presidente Marechal Deodoro da Fonseca havia fechado o Congresso Nacional e declarado estado de sítio, desrespeitando veementemente a Constituição.
Em desacordo com as medidas do presidente, unidades da marinha se reuniram na Baía de Guanabara, no Rio de Janeiro, e ameaçaram um bombardeio. Temendo a realização da ameaça, Deodoro da Fonseca acabou renunciando.
Depois da renúncia do então presidente, seu vice, Floriano Peixoto, assumiu o cargo. Após dois anos cumprindo o mandato, deveria convocar novas eleições para presidente. Entretanto, nos meses finais desses dois anos, Floriano Peixoto indicou que novas eleições não aconteceriam, alegando que, como ele e Deodoro da Fonseca haviam sido eleitos de maneira indireta, as normas da constituição não valeriam para este caso.
Durante o governo de Floriano Peixoto aconteceu uma intensa renovação do quadro político, o que abriu caminho para o aumento do poder dos grandes cafeicultores de São Paulo. Essa mudança foi causa de intenso descontentamento para muitos grupos de militares que esperavam a manutenção do poder militar no governo do país, especialmente da Marinha, inaugurando a segunda fase da revolta.
Por isso, quando Floriano Peixoto indicou que não deixaria o poder, 13 oficiais-generais da Marinha, como Saldanha da Gama e Custódio de Melo, elaboraram uma carta, exigindo que novas eleições fossem convocadas. A carta foi enviada em março de 1892. Em contrapartida, o presidente foi severo com o que considerou ser um golpe contra o governo, e mandou prender os principais nomes do levante.
Mais tarde, já no final de 1893, um grupo de oficiais da Marinha, liderados por Custódio de Melo e apoiados por outras figuras importantes, como Saldanha da Gama e Eduardo Wandenkolk, iniciou bombardeios na costa do litoral do Rio de Janeiro e Niterói. Os bombardeiros foram suficientes para que a sede do governo fosse transferida temporariamente para Petrópolis.
Os revoltosos foram fortemente reprimidos pelo exército. Alguns fugitivos acabaram por migrar para o sul e uniram-se à Revolução Federalista. Por fim, Floriano Peixoto, graças ao apoio da população (temerosa pela violência dos bombardeios) e do Partido Republicano Paulista, acabou por vencer e abafar a Revolta da Armada. Vários revoltosos foram perseguidos mesmo após o fim da revolta e acabaram mortos.
Prisioneiros durante a Revolta da Armada - 1894
Principais objetivos da revolta:
- os revoltosos desejavam equiparar os direitos e salários do Exército e da Marinha, uma vez que se sentiam desvalorizados por receberem menos;
- manter os militares no governo do Brasil;
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destituir Floriano Peixoto e embarreirar o aumento do poder de certos setores da sociedade civil.