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Revolução Constitucionalista de 1932

História do Brasil - Manual do Enem
Natália Cruz Publicado por Natália Cruz
 -  Última atualização: 5/9/2022

Introdução

A Revolta Constitucionalista de 1932, acontecimento também chamado de Guerra Paulista, foi o primeiro grande movimento de revolta contra as práticas políticas de Getúlio Vargas. A historiografia considera também que a Revolução de 32 foi o último conflito armado de grandes proporções existententes no Brasil.

Leia abaixo o que foi o movimento, quais suas causas e consequências e o papel de São Paulo em uma guerra perdida pelos paulistas, mas ainda comemorada no estado. 

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Índice

Entenda a Revolução Constitucionalista de 1932   

No desenrolar dos acontecimentos que se deram após a Revolta de 1930, que causou a deposição do presidente Washington Luiz e colocou fim a ocupação da presidência por representantes de São Paulo e Minas Gerais, a chamada República oligárquica, Vargas assume o poder, acabando com as hegemonias políticas de Minas e São Paulo.

Inicialmente, Vargas foi apoiado pela elite agrícola paulista, que acreditava que o presidente convocaria eleições para a Constituinte. Vargas, por sua vez, não convocou eleições e governava a partir de decretos-leis que não precisavam de nenhuma aprovação do Legislativo. Por conta dessa manobra governamental, o Congresso, as Assembleias Estaduais e Câmaras Municipais deixaram de funcionar e foram fechadas.

A maneira encontrada por Getúlio Vargas para conduzir o governo desagradou especialmente os paulistas. Estudantes, profissionais liberais, empresários e membros da elite agrícola chamaram um ato político pedindo por eleições em 23 de maio de 1932. A manifestação foi violentamente sufocada pela polícia e resultou na morte de quatro estudantes: Martins, Miragaia, Dráusio e Camargo. 

A inicial dos nomes dos estudantes, M.M.D.C foi usada pelos opositores de Vargas e membros do governo estadual com a intenção de montar um batalhão popular de combate às ações do governo federal e exigir uma nova Constituição. Em 9 de julho de 1932, o interventor do estado de São Paulo, Pedro de Toledo, autorizou que o general Isidoro Dias Lopes iniciasse a  revolta em nome da realização de uma nova constituição.

De julho a outubro de 1932, os combatentes paulistas lutaram contra as tropas federais em áreas do interior de São Paulo. Em 3 de outubro os paulistas assinam a rendição, que pôs fim definitivo à revolta. A luta pela constituição rendeu frutos: em 1933 foram realizadas eleições para o governo dos estados e em São Paulo venceu Armando Sales de Oliveira. As Câmaras Municipais e Assembleias estaduais voltam a exercer suas atividades.

Em 1934, a Assembleia constituinte foi novamente reunida e no mesmo ano houve a promulgação da nova Constituição. A Constituição de 1934 esteve em vigor até 1937, ano do golpe varguista que instituiu o Estado Novo. A constituição de 1937, que entrou em vigor após o golpe ficou conhecida como a Constituição Polaca por ter leis de inspiração fascista.

Nos últimos anos, com base em revisões historiográficas, historiadores e pesquisadores  têm evitado chamar o acontecimento de Revolução de 1932, uma vez que o movimento pensado e comandado pelas elites paulistas não tinha a intenção de provocar profundas alterações sociais, políticas e econômicas. A intenção de São Paulo era retomar o poder e influência política, sem proporcionar efetivas transformações. Por isso, é sugerido usar  o termo Revolta de 1932.

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Quais foram as causas da Revolução Constitucionalista de 1932?   

Abaixo estão listadas algumas das principais causas que deram origem a Revolta Constitucionalista de 1932:

  • Descontentamento paulista com o fim da República café com leite;
  • Insatisfação paulista com o uso de decretos leis por Getúlio Vargas;
  • Pedidos paulistas por uma nova constituição;
  • Pedido pela realização de eleições para governadores de estado;
  • Exigência da promulgação de uma nova Constituição;
  • Tentativa de São Paulo de retomar a hegemonia do poder político.

Quais foram as consequências da Revolução Constitucionalista de 1932?   

Com a rendição de São Paulo em outubro de 1932, após pouco mais de três meses de conflitos armados, alguns objetivos foram alcançados. No entanto, não houve somente a conquista de bons resultados, muitas vidas civis e militares foram perdidas nos conflitos armados. Além disso, houve prisão e deportação dos líderes da revolta, a perda de cargos e direitos políticos de parlamentares envolvidos. Adiante estão algumas das consequências da Revolta de 1932.

  • Prisão e deportação de líderes e membros organizadores da revolta;
  • Perda de mandatos políticos;
  • Morte de aproximadamente 3.000 civis e militares, de acordo com registros oficiais;
  • Convocação para eleição da Assembleia Constituinte, em maio de 1933;
  • Instituição de um novo código eleitoral, que permitiu o voto feminino e o voto secreto;
  • Consolidação da justiça eleitoral;
  • Retomada das atividades das Câmaras municipais e Assembléias estaduais;
  • Formação da Assembléia Constituinte em 1934;
  • Nova Constituição promulgada em 16 de julho de 1934;
  • Anistia dos presos e deportados garantidas pela nova Constituição.

O que a Revolução Constitucionalista defendia?   

De forma geral, os participantes da Revolta Constitucionalista defendiam a criação de uma nova Constituição, para que Vargas deixasse de governar por decretos-leis e a volta da hegemonia política paulista nas decisões tomadas em âmbito federal. Os revoltosos também se manifestavam contra as práticas autoritárias do presidente Vargas e exigiam que ele realizasse eleições com voto secreto para os cargos da Assembléia Legislativa.

Os conflitos armados de militares contra as tropas federais se iniciaram em 9 de julho de 1932 e comandada pelo general Isidoro Dias Lopes a mando do governador de São Paulo Armando Sales de Oliveira. São Paulo assinou a rendição em outubro do mesmo ano. Em 1933 foram realizadas eleições e em julho do ano seguinte a tão desejada Constituição foi promulgada.

Quem ganhou a Revolução Constitucionalista de 1932?

 Em termos militares, a Revolta de 1932 foi vencida pelas tropas federais, uma vez que São Paulo assinou a rendição em outubro de 1932. No entanto, o país todo foi beneficiado com a promulgação da Constituição de 1934, a possibilidade de realização de eleições para Câmaras Municipais e Assembléias estaduais e a aprovação do voto feminino e secreto.

Por que os paulistas perderam a guerra mas se consideraram vitoriosos?   

Embora tenham perdido os conflitos militares travados com as tropas federais e assinado a rendição em 3 de outubro de 1932, os paulistas se consideram vitoriosos pois garantiram, a partir da pressão revoltosa, que Vargas promulgasse  a Constituição de 1934. Os paulistas, portanto, atribuem o fim das decisões tomadas por decretos-leis e a organização da nova Constituição a Revolta travada contra o governo federal.

Por que a Revolução Constitucionalista de 1932 se tornou feriado?   

9 de julho é feriado em todo o estado de São Paulo, pois foi a data em que o governador Armando Sales de Oliveira autorizou que o general Isidoro Dias Lopes, comandante das tropas paulistas, iniciasse a revolta armada contra as tropas federais. Os paulistas exigiam que Vargas fizesse a nova Constituição do país.

Resumo da Revolução Constitucionalista de 1932   

A Revolta Constitucionalista de 1932 é um desdobramento da Revolta de 1930, que acaba com política do café com leite, com a hegemonia política de São Paulo e Minas Gerais e garante a Getúlio Vargas a ocupação do cargo de presidente da República após um golpe de Estado que depõe o presidente Washington Luis.

Vargas, no exercício da presidência, passa a comandar o país a partir de decretos-leis. Incomodados com a centralização de poder e exigindo a criação de uma nova Constituição, os paulistas iniciaram a Revolta de 1932, que exige além da Constituição, a realização de eleições para a Assembléia Legislativa. 

Os conflitos armados duram de julho a outubro de 192, quando os paulistas se rendem. Apesar de perdedores dos conflitos militares, os paulistas ainda se consideram vencedores e comemoram até hoje a data, pois a demanda pela nova Constituição e a realização das eleições foi atendida.

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A justiça eleitoral foi criada em 1932, como parte de uma ampla reforma no processo eleitoral incentivada pela Revolução de 1930. Sua criação foi um grande avanço institucional, garantindo que as eleições tivessem o aval de um órgão teoricamente imune à influência dos mandatários.

TAYLOR, M. Justiça Eleitoral. In: AVRITZER, L; ANASTASIA, F. Reforma Política no Brasil. Belo Horizonte: UFMG, 2006 (adaptado)

Em relação ao regime democrático no país, a instituição analisada teve o seguinte papel:

A Implementou o voto direto para presidente.
B Combateu as fraudes sistemáticas nas apurações.
C Alterou as regras para candidaturas na ditadura.
D Impulsionou as denúncias de corrupção administrativa.
E Expandiu a participação com o fim do critério censitário.
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