No dia 20 de setembro de 1835, as tropas farroupilhas comandadas por Bento Gonçalves conseguiram conquistar Porto Alegre, destituindo o então presidente da província, Fernandes Braga.
Gonçalves deu posse ao então vice-presidente Marciano Ribeiro. Em poucos dias, todo o Estado acabou nas mãos dos farroupilhas, com exceção de Rio Grande, São Gabriel e Rio Pardo.
As tensões entre farroupilhas e o Império foram acentuadas quando o Governo ordenou a transferência das repartições de Porto Alegre para Rio Grande, marcando uma profunda ruptura.
Em 15 de julho de 1836, o Império retomou o poder de Porto Alegre. Alguns integrantes da Revolução Farroupilha conseguiram escapar e chegaram a tomar pontos importantes da cidade.
Entretanto, nenhuma das tentativas lideradas pelo líder farrapo Bento Gonçalves teve êxito, e os revolucionários nunca chegaram a retomar a cidade.
Em setembro de 1836, aconteceu a primeira grande batalha envolvendo as tropas do Governo e os farrapos. Comandados pelo General Netto, os farrapos obtiveram vitória e, empolgados com esse momento, declararam a separação do Estado e proclamaram a República Rio-Grandense.
Nesse momento, a revolta tomou delineadas formas separatistas e revolucionárias.
É nesse contexto que os líderes farrapos determinam que os escravizados que se alistassem nas tropas revolucionários seriam libertos, o que aumentou em muito o contingente de soldados.
A República Rio-Grandense não durou muito. Em outubro de 1836, o Império derrotou os farroupilhas e prendeu Bento Gonçalves e outros oficiais.
Entretanto, essa derrota não significou que a força revolucionário foi abatida. Muito pelo contrário, sobre a liderança de Antônio Netto, permaneceram resistentes e obtiveram outras vitórias.
Em novembro de 1836, os farrapos declaram a República em Piratini e nomearam Bento Gonçalves, ainda preso, como presidente.
Em outubro de 1837, Bento Gonçalves fugiu da prisão e assumiu a presidência da República. Os anos que se seguiram foram de intensos conflitos e tensões e, apesar da forte repressão do exército imperial, os farroupilhas ainda conquistaram a vila de Laguna e declararam a República Catarinense.
Essas conquistas mais uma vez duraram pouco. Logo Laguna voltou para o controle do Império e o Governo investiu mais de dois terços do contingente do exército nacional para o desmanche da Revolução Farroupilha.
Em 1842, Duque de Caxias foi nomeado pelo Império para pôr fim ao movimento. Enfim, após três anos de batalhas, a guerra chega ao fim com um acordo assinado por ambas as partes, o chamado “Tratado de Poncho Verde”.
No documento que selava o acordo, ficou determinado que:
- os oficiais farrapos seriam anexados ao exército nacional;
- as dívidas do governo republicano ficariam por conta do Império;
- os escravos que lutaram nas tropas republicanas seriam libertos;
- os prisioneiros políticos seriam soltos;
- o aumento das taxas para a importação do charque estrangeiro.