Iniciada em 1973, a ditadura militar no Chile só acabou em 1990. Nestes 17 anos, Pinochet governou junto à sua junta de maneira repressiva e violenta, não dando espaço para nenhuma oposição e nenhuma manifestação do povo. Os números de mortos ou desaparecidos pelo governo variam entre 3.000 e 15.000. Já o número dos que sofreram algum tipo de violência, como a tortura, estima-se chegar a 30.000. Cerca de 2% da população, na época, saiu do país (por volta de 200.000 pessoas).
O regime não democrático, já em seus primeiros anos, aplicou as suas políticas repressivas e liberais econômicas. Contava, a princípio, com um forte apoio dos Estados Unidos, que reconhecia o governo da junta militar que derrubou Allende.
Pinochet, contudo, passou da linha com a operação Condor, conduzindo um atentado ao seu opositor Orlando Letelier, que residia em Washington. Jimmy Carter, presidente dos Estados Unidos na época, repudiou o ato, exigindo mais direitos civis no Chile e levando ao primeiro plebiscito sobre o governo. Divulgou-se que a maioria dos votos foram favoráveis ao regime, entretanto, o resultado era suspeito, pois não havia nenhum registro eleitoral que o comprovasse.
Já na década de 1980, o Chile entrou em uma crise econômica após o seu crescimento acelerado nos últimos anos. Por conta da baixa no cobre e do aumento da dívida externa, o país perdeu os seus investidores. Houve um grande aumento do número de desempregados e um profundo agravamento das desigualdades sociais.
A ditadura militar chilena terminou em 1988, após um segundo plebiscito que decretou o seu término. Houve, então, um processo de redemocratização, que consolidou, em 1990, o fim desse período. Pinochet foi julgado pelos seus crimes contra os direitos humanos e de corrupção, pelo desvio de dinheiro público. Contudo, nunca chegou a cumprir pena por conta de alegação de debilidade mental.
Os impactos da ditadura no Chile são sentidos até hoje: mesmo com a sua ascendência econômica, com o crescimento do PIB do país, o Chile teve um grande aumento na sua dívida externa. A pobreza e a miséria aumentaram, junto com o desemprego do país.
Hoje, apesar da sua forte economia, o Chile enfrenta grande níveis de desigualdade social. A aplicação da previdência privada também levou a grandes problemas sociais no Chile, que enfrenta o maior número de suicídios de idosos na América do Sul.