Desde a Revolução Francesa, mas principalmente em razão das Guerras Napoleônicas, o mapa europeu havia sido completamente modificado:
- reis foram depostos, dando lugar a familiares e aliados de Napoleão;
- territórios foram desmembrados e anexados por outros países;
- antigas fronteiras foram desmanchadas.
Além das disputas territoriais e pelo poder, ganhavam força na Europa diversos movimentos, como os liberais e nacionalistas, influenciados pelos acontecimentos e ideais da Revolução Francesa. Eles ameaçavam a velha ordem monárquica, que tentava se manter no poder.
É neste contexto que se reúne o Congresso de Viena: as preocupações das coroas europeias não se resumiam apenas em estabelecer novamente os contornos geográficos de suas nações, mas também em barrar o avanço de tais movimentos que poderiam questionar o poder dos monarcas.
Além disso, o Congresso também foi marcado por disputas em razão de interesses distintos das potências europeias. Estavam reunidas monarquias constitucionais, como Inglaterra e França, e monarquias absolutistas, como Áustria, Prússia e Rússia, com interesses e objetivos diversos.
Ao mesmo tempo em que queria evitar o surgimento de um “novo Napoleão” em território europeu, a Inglaterra, por exemplo, defendia a abertura de novos mercados, o que a levou a apoiar os processos de independência na América Espanhola. Portanto, também estava em jogo buscar o mínimo de consenso entre as nações da Europa.
Com esses objetivos em vista, as negociações estabeleceram três princípios que nortearam as ações deliberadas no Congresso:
Restauração
Previa que as casas reais que foram depostas pela Revolução Francesa e por Napoleão deveriam voltar a seus tronos. Isto ocorreu na França e na Espanha, e permitiu o retorno da família real portuguesa, que havia fugido para o Brasil, a seu país de origem.
Legitimidade
Tinha como objetivo reforçar o direito dos monarcas ao poder e recuperar sua legitimidade para exercê-lo após as revoluções liberais.
Equilíbrio
Estabelecia um relativo equilíbrio entre as potências europeias, procurando evitar o domínio de um país sobre os demais e novas guerras que tomassem todo o continente.