A exemplo do que ocorria em Berlim, a disputa por áreas de influência entre as superpotências provocou uma divisão e reorganização da Europa.
Da área de influência ocidental, formada pelas zonas de influência americana, inglesa e francesa, surgiu, em 1949, a República Federativa da Alemanha (RFA) - também conhecida como Alemanha Ocidental -, capitalista e aliada dos Estados Unidos.
Por outro lado, em resposta aos ocidentais, o lado oriental funda, no mesmo ano, a República Democrática Alemã (RDA) - ou Alemanha Oriental -, socialista e aliada da União Soviética.
Desde a sua fundação, a Alemanha Ocidental, e consequentemente a porção ocidental de Berlim, receberam muitos recursos provenientes do Plano Marshall, o programa americano que tinha por objetivo apoiar a reconstrução da Europa e impedir o avanço do comunismo.
Com essa ajuda, a economia do país se recuperou rapidamente, que passou a viver um intenso processo de desenvolvimento durante as décadas seguintes.
Esse desenvolvimento, associado à propaganda do regime ocidental, atraiu pessoas que viviam na Alemanha Oriental, provocando um processo de migração para Berlim Ocidental.
Dentre os que deixavam o lado oriental, estavam muitos jovens procurando oportunidades e pessoas com alta qualificação profissional. Eles tinham direito a uma formação garantida pelo Estado na RDA, mas procuravam empregos com melhor remuneração. Esse processo ficou conhecido como “fuga de cérebros”.
Em 1961, para conter o processo de migração, o governo da Alemanha Oriental, com apoio da União Soviética, decide construir um muro isolando Berlim Ocidental. O bloqueio começou com a construção de um muro simples. Em alguns trechos, era feito, até mesmo, por cercas de madeira e arame.
Como as fugas do lado oriental persistiram, a RDA intensificou a proteção nos trechos mais críticos, criando verdadeiras fortificações, com equipes de vigilâncias, alarmes, fossos e até atiradores. Ainda assim, algumas pessoas continuaram a tentar atravessar o muro sem autorização, o que resultou em uma série de prisões e mortes.
Com isso, além de impedir a passagem de um lado para o outro, o Muro de Berlim separou famílias, amigos e um mesmo povo. Foi visto como um símbolo das arbitrariedades da Guerra Fria.