O termo vocativo se origina da palavra vocare, que, em latim, significa “chamar”. Esse conceito se refere ao termo, geralmente exclamativo, utilizado, em língua portuguesa, para chamar, convocar alguém ou um elemento personificado (ou seja, a que se dá características humanas). Veja alguns exemplos:
- João, onde está a chave do carro?
No exemplo anterior, o termo “João” é um vocativo. Perceba como ele está destacando, por meio de um chamamento, um alguém.
- Querido diário, não conte meus segredos a ninguém.
Nesse exemplo, temos que o elemento destacado, aquele que é convocado, que é chamado pelo enunciador. Isto é, aquele com quem se fala. Na oração, é o “diário”, por meio da expressão “querido diário”. Note que a esse objeto é atribuída uma característica tipicamente humana: a de contar fatos a outras pessoas ou, ainda, a outros objetos personificados.
Em relação à estrutura sintática, é importante perceber que o vocativo não faz parte nem do sujeitonem do predicado de uma oração. Sendo assim, pode-se dizer que esse termo não estabelece uma relação sintática com a oração da qual participa, o que reforça seu caráter de termo acessório. Veja mais um exemplo:
- Maria, por que não foste ao cinema ontem?
Note que a ligação que o vocativo estabelece com os outros elementos da oração é muito fraca e, por isso, pode-se, com certa facilidade, deslocar esse termo:
- Por que não foste, Maria, ao cinema ontem?
- Por que não foste ao cinema ontem, Maria?
O vocativo deve aparecer sempre acompanhado de vírgula, obrigatoriamente. A ausência de vírgulas pode comprometer o sentido da oração e até mesmo anular a função do vocativo. Veja:
- Você viu o palhaço, Marcos?
- Você viu o palhaço Marcos?
Em I, o termo Marcos aparece precedido de vírgula e é um vocativo, pois está colocando em destaque a pessoa a quem o enunciador se dirige. Tem-se, portanto, um chamamento, que destaca a figura de Marcos e questiona se ele havia visto o palhaço.
Já em II, a situação é completamente diferente. Perceba que a ausência de vírgulas altera totalmente o sentido da frase, que passa a ser um questionamento a respeito de o interlocutor, que não se sabe quem é especificamente, ter visto um palhaço em específico, o palhaço chamado Marcos. Nessa frase, não há a presença de um vocativo.
O vocativo pode aparecer, também, precedido da interjeição ó, que indica um chamado, como aparece, por exemplo, na letra do hino nacional brasileiro:
- Entre outras mil, és tu Brasil, ó Pátria Amada!
Observação: Não confunda a interjeição de chamado ó com a interjeição de admiração oh. É necessário ter bem clara a distinção entre as duas para não confundi-las e, assim, evitar o uso inadequado dessas expressões.
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