Sabe quando você está no meio de uma discussão e faz uma citação de alguma pessoa ou pesquisa relevante, deixando a outra pessoa calada e, provavelmente, convencida do seu ponto de vista?
Pois é. Esse mesmo recurso de citar quem “entende do assunto” pode ser usado também para você arrasar na sua redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), fazendo uma citação de artigo, livro ou outra produção.
Isso porque o texto dissertativo-argumentativo exigido no Enem é como uma discussão ou debate, mas em formato escrito e as pessoas a serem convencidas são os corretores.
As citações são um recurso importante para dar base às suas ideias e argumentos, fundamentando sua tese e conferindo credibilidade sua redação. Além disso, elas enriquecem seu texto e mostram que você tem repertório cultural.
As citações não são obrigatórias, mas ao utilizá-las você demonstra aos corretores que, além de ter interdisciplinaridade, você também sabe relacionar diferentes ideias na construção do seu texto.
Essas características contam pontos nos critérios avaliativos 2, 3 e 4, pois você demonstra seus conhecimentos sobre o assunto, organiza e relaciona essas citações e as usa para reforçar sua argumentação.
(Imagem: Reprodução/Manual de Redação Enem 2018/Inep)
As citações podem ser trechos de documentos, frases de grandes personalidades, trechos de músicas ou de obras literárias e audiovisuais, como livros ou filmes, ou dados de pesquisas.
Muitas dessas citações podem estar nos textos motivadores que acompanham a proposta de redação, principalmente as pesquisas. Elas podem ser usadas, mas com cuidado: “As cópias realizadas dos textos motivadores serão desconsideradas. O candidato pode parafraseá-las, escrevendo o seu entendimento acerca do que leu, mas nunca copiá-las”, alerta Elisabete Yamazi, professora de Gramática, Literatura e Redação no Cursinho da Poli.
Além de tomar cuidado para não plagiar nenhum conteúdo, use apenas citações que de fato vão embasar suas ideias e façam sentido para seu texto. Ao usar citações apenas para embelezar o texto ou mostrar seu conhecimento pode prejudicar sua redação.
Um exemplo de citação que pode ser amplamente usada independente do tema é Declaração Universal dos Direitos Humanos. Ela assegura às pessoas o direito à saúde, moradia, educação, entre outros. O Enem, geralmente, traz problemáticas ligadas à violação desses direitos fundamentais.
As citações podem ser usadas no começo do texto, para introduzir o tema e ambientar o leitor, durante o desenvolvimento, para embasar sua argumentação, ou no final para ajudar na sua proposta de intervenção.
Você pode usar dois tipos de citação: a direta e a indireta. Veja como é feita cada uma delas:
Citação direta: é a citação na qual se transcreve o conteúdo original entre aspas, citando o autor antes ou depois da fala. Ela deve ser usada somente quando você se lembra exatamente da frase a ser citada.
Exemplo: Segundo o Artigo 1° da Declaração Universal dos Direitos Humanos, “todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos”…
Citação indireta: é a citação na qual você parafraseia a ideia original, transcrevendo-a com suas próprias palavras. Ela não acompanha aspas, mas deve constar a fonte. É o tipo de citação mais usada.
Exemplo: De acordo com a Declaração Universal dos Direitos Humanos, todas as pessoas têm o direito de serem livres, serem tratadas com dignidade e terem direitos iguais.
Sem exageros
As citações podem sim melhorar seu texto, mas cuidado para não exagerar. Afinal, a redação deve ser uma exposição das suas ideias e não uma colcha de retalhos de ideias alheias. O recomendação da professora Elisabete é, no máximo, uma citação por parágrafo da argumentação e somente se a citação de fato ter relação com sua tese e argumentos.
Caso você não lembra a citação com clareza ou o nome do autor, o melhor é não usá-la. “A ideia da citação é estabelecer o ‘link’ com outras disciplinas. Ao usar algo errado ou incompleto, o candidato demonstraria o oposto, o não conhecimento. O melhor é escrever o que se conhece sobre o tema com suas próprias palavras”, aconselha Elisabete.
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