Sustentabilidade, privacidade digital, violência doméstica e inclusão são apostas de Daniela Toffoli para a redação do Exame Nacional do Ensino Médio deste ano
Faltando meses para a realização do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2025, cresce a expectativa em torno de um dos momentos mais decisivos da prova: a redação.
A professora Daniela Toffoli, do Curso Anglo, elencou dez temas com alta probabilidade de aparecer na redação deste ano, todos com forte conexão com os desafios sociais, ambientais e tecnológicos do Brasil contemporâneo.
Confira abaixo as apostas da especialista, com análise sobre o que pode ser cobrado na prova e dicas do que observar em cada assunto.
A redação do Enem é uma das etapas mais importantes e decisivas da prova. Com peso significativo na nota final, o texto dissertativo-argumentativo exige que o candidato demonstre domínio da norma culta da língua portuguesa, capacidade de argumentação, coerência textual e habilidade para propor uma solução para um problema social dentro dos limites dos direitos humanos.
O tema é sempre inédito e costuma abordar questões sociais, culturais, políticas ou ambientais da atualidade brasileira.
A estrutura da redação é clara: o participante deve apresentar uma introdução, desenvolver dois parágrafos de argumentação e concluir com uma proposta de intervenção viável, detalhada e que respeite os direitos fundamentais.
A prova avalia cinco competências específicas, e a pontuação máxima é de 1000 pontos. Por isso, conhecer possíveis temas e praticar a escrita é essencial para se destacar na redação — que, para muitos, é o grande diferencial na disputa por uma vaga no ensino superior.
Confira a seguir as apostas da professora Daniela para 2025:
O ritmo acelerado da urbanização intensifica problemas ambientais, como poluição, enchentes e descarte inadequado de lixo.
“Discutir esse tema envolve analisar o papel do poder público, da iniciativa privada e da população no desenvolvimento de políticas de coleta seletiva, mobilidade sustentável, reciclagem e preservação de recursos naturais para garantir qualidade de vida e sustentabilidade nas cidades”, destaca Daniela.
2. Privacidade e segurança nas novas tecnologias
Com o avanço da inteligência artificial, das redes sociais e da Internet das Coisas, surgem dilemas éticos e legais.
“O tema propõe uma reflexão sobre quais limites éticos e legais devem ser impostos às empresas de tecnologia, bem como o papel do Estado em proteger dados pessoais e evitar abusos, sem impedir a inovação”, explica a professora.
Apesar de leis como a Maria da Penha, a violência doméstica persiste como uma das formas mais graves de violação de direitos humanos.
“O tema englobaria os fatores socioculturais que perpetuam essa violência, a importância de canais de denúncia, a necessidade de acolhimento e políticas públicas efetivas para coibir agressores e proteger vítimas, além do combate ao ciclo de violência dentro das famílias”, afirma Daniela.
Mesmo em pleno século XXI, o Brasil ainda enfrenta altos índices de analfabetismo e analfabetismo funcional.
“Abordar esse tema é pensar nos desafios para erradicar o analfabetismo, como a formação de professores, as desigualdades regionais e sociais, o acesso à tecnologia educacional e a importância de políticas de alfabetização continuada”, observa.
A homofobia continua sendo uma barreira para a construção de uma sociedade mais justa.
“O debate sobre esse tema requer analisar as origens do preconceito, os efeitos na saúde mental, as falhas na legislação e a importância da inclusão desse debate nas escolas, na mídia e em políticas públicas”, orienta Daniela.
Com chuvas intensas e tragédias recorrentes, muitos municípios brasileiros ainda não têm planos de prevenção.
“Esse tema exige analisar responsabilidades governamentais no planejamento urbano, estratégias de educação comunitária, sistemas de alerta e a necessidade de um plano de emergência bem estruturado, capaz de minimizar danos à população”, ressalta.
Casos de agressão, bullying e até ataques armados nas instituições de ensino têm gerado alerta.
“Refletir sobre esse tema inclui pensar em ações preventivas, no fortalecimento do papel da comunidade escolar, na oferta de apoio psicológico, segurança eficiente e no combate a preconceitos e práticas discriminatórias”, pontua a professora.
Apesar de sua rica pluralidade religiosa, o Brasil ainda convive com episódios de intolerância.
“Esse tema consiste em discutir o respeito às diferentes religiões e crenças, a importância do Estado laico e das políticas públicas de combate ao preconceito religioso, além de refletir sobre como a convivência entre diferentes crenças pode fortalecer a democracia e os direitos humanos”, conclui Daniela.
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