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Segunda revolução industrial: o que foi e um resumo sobre

História Geral - Manual do Enem
Otávio Spinace Publicado por Otávio Spinace
 -  Última atualização: 31/5/2023

Introdução

A partir da segunda metade do século XIX, novas transformações ocorridas nos processos de produção dos países industrializados deram início ao que é denominada Segunda Revolução Industrial.

Essa é uma nova fase do processo de industrialização que havia começado cerca de 100 anos antes na Inglaterra. Entre as principais mudanças desse período, que vai até o início do século XX, podemos citar a expansão da indústria pela Europa e por outros continentes, o uso de novas fontes de energia, o nascimento de novos setores da indústria, a revolução dos transportes e o desenvolvimento tecnológico.

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Índice

Expansão da industrialização

Ao longo do século XIX, o processo de industrialização que havia começado na Inglaterra se expande para outras regiões da Europa e de outros continentes.

Os primeiros países a iniciarem sua industrialização depois dos ingleses foram a França, após a Revolução de 1789, e a Bélgica, que se tornou independente dos Países Baixos em 1830. Logo depois foi a vez de Alemanha e Itália, países que tiveram seus processos de unificação ainda no século XIX.

Fora da Europa, a industrialização foi mais intensa nos Estados Unidos, após a Guerra da Secessão, e no Japão, após a restauração Meiji.

Embora estivesse concentrada nesses países, outros Estados passaram por processos mais tímidos de industrialização, caso da Rússia, impulsionado principalmente pelo capital estrangeiro.

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Novas fontes de energia e novos setores da indústria

Além da expansão da industrialização, o processo produtivo também passou por mudanças. O carvão mineral - principal combustível utilizado para movimentar as máquinas a vapor da indústria têxtil na Primeira Revolução Industrial - foi gradualmente substituído por novas fontes de energia, como a eletricidade e o petróleo.

Essa mudança deu origem a novos setores da indústria. Houve uma expansão da chamada indústria de base, como a siderúrgica (produção de aço) e a petroquímica (produtos derivados do petróleo). Em paralelo, outros segmentos também se desenvolveram, como o farmacêutico.

Essa etapa da industrialização também foi marcada, na esfera das fábricas, pela adoção dos processos de produção em série, a exemplo do fordismo - introdução de procedimentos e normas de divisão do trabalho nas fábricas, visando expandir ao máximo a produção - que proporcionaram grandes ganhos de produtividade à atividade industrial.

A revolução dos transportes e os avanços tecnológicos 

Entre os avanços promovidos pela Segunda Revolução Industrial, também se inclui uma revolução pela qual passaram os meios de transporte.

Foi nesse período do desenvolvimento econômico em que houve a adoção dos navios e trens a vapor, e, posteriormente, a invenção do automóvel e do avião. Grandes ferrovias passaram a atravessar o território das potências industriais, em especial na Europa e nos Estados Unidos, primeiramente para o transporte de matérias-primas e mercadorias, mas depois para o transporte de passageiros também.

Essas transformações encurtaram distâncias e mudaram a maneira com que os homens viam e se relacionavam com o mundo.

Foi também a época de novos avanços tecnológicos, puxados pela invenção do telégrafo, do telefone, da fotografia, da lâmpada elétrica, entre outros.

Ainda no século XIX, mais precisamente em 1851, se iniciam as exposições universais, idealizadas pelo príncipe Albert, marido da rainha Victoria, da Inglaterra. Essas exposições, sediadas periodicamente em grandes cidades, tinham como objetivo divulgar ao mundo invenções, produtos e avanços tecnológicos.

A partir de então, se estabeleceu uma relação mais próxima entre ciência e indústria. Esta passa a depender fortemente do desenvolvimento tecnológico promovido pelos avanços científicos, que são incorporados rapidamente à esfera produtiva. Esse modelo seria consagrado como um dos pilares do desenvolvimento industrial dali em diante.

Mudanças no capitalismo 

Na esfera do capital, as novas atividades econômicas e os grandes empreendimentos industriais exigiam investimentos cada vez mais altos, que dificilmente poderiam ser realizados por acionistas individuais.

Houve a substituição da livre concorrência pelo capital financeiro e monopolista, que dominou setores produtivos inteiros, fundiu indústria e finanças, e passou a ter um controle muito maior sobre os mercados.

Nesse momento, começam a surgir as primeiras grandes companhias empresariais, em ramos como o do petróleo, que estabeleciam acordos para controlar preços, produção e mercado através de práticas como o truste e o cartel.

Surge, também, a figura do neocolonialismo - ou imperialismo -, política de ocupação e domínio de territórios, principalmente na África e Ásia, para busca de matérias-primas e mercados para a indústria europeia.

O crescimento do movimento operário

Apesar de todo o processo de industrialização e desenvolvimento econômico consolidado pela Segunda Revolução Industrial, a situação da classe trabalhadora estava longe de seguir no mesmo sentido.

Era comum que operários tivessem longas jornadas diárias, de mais de 12 horas, inclusive mulheres e crianças, que eram considerados mais “dóceis” para o trabalho nas fábricas. Nesse contexto, o movimento operário passa a se organizar para reivindicar melhores condições de trabalho e, inclusive, liderar movimentos políticos mais amplos.

Nessa época, começam a se formar os primeiros sindicatos na Europa, como expressão da organização dos trabalhadores lutando por melhores condições. Movimentos como o Cartismo, na Inglaterra, e a Liga dos Comunistas, que atuou em diversos países sob a influência de teóricos do socialismo científico como Karl Marx e Friedrich Engels, são exemplos de organizações do movimento operário, que se tornaria um ator fundamental nos acontecimentos políticos do século XX. 

Conclusão 

Os acontecimentos promovidos pela Segunda Revolução Industrial transformaram o mundo em muitos aspectos, inclusive diminuindo distâncias e aumentando a produção para uma escala nunca antes vista na história.

Contudo, essas mudanças não foram capazes de solucionar problemas como a exploração da classe trabalhadora e a existência de territórios coloniais. Embora significativas na esfera da produção, houve a manutenção das mesmas estruturas sociais criadas pela Revolução Industrial, e os conflitos entre as potências capitalistas levariam a grandes conflitos no século XX.

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