O Relativismo cultural é um conceito também vindo da antropologia que busca observar e entender outras culturas a partir do afastamento do etnocentrismo. No relativismo cultural, os antropólogos e estudiosos buscam, ao observar sociedades, não usar comparações, sendo assim, afastam-se dos critérios de superioridade e inferioridade de uma sociedade em relação a outra.
Sob a análise relativista, a singularidade e os códigos de cada grupo social e manifestações culturais, servem como parâmetro para a análise, sem que haja julgamento de uma cultura a partir dos conceitos e ideologias do outro observador ou pesquisador. No processo de observação de outras culturas, é necessário que o antropólogo ou outros pesquisadores abandonem seus juízos de valores e códigos culturais para evitar que façam análises a partir da comparação.
No desenvolvimento da antropologia, o relativismo cultural foi importante para afastar as comparações e análises que partiam do eurocentrismo e do etnocentrismo. Tais perspectivas foram usadas desde antes do período da expansão marítima comercial, principalmente pelos europeus, que afirmavam que a cultura e organização social e política europeias eram superiores a de outras sociedades, que eram, a partir desse ponto de vista, consideradas atrasadas e inferiores.
O relativismo cultural tem origem nos estudos do Antropólogo teuto americano Franz Boas, que foi um dos pioneiros na antropologia. Ele organizava e julgava as culturas a partir de elementos hierarquizantes. Embora tenha pensado no conceito, o termo relativismo cultural, nunca foi empregado por Boas, o nome foi dado postumamente, para definir as ideias do antropólogo.
A aplicação dos conceitos de relativismo cultural, mudaram a maneira como os pesquisadores analisavam as sociedades e as relações de dominância. Boas, usou as ideias na observação de sociedades esquimós e concluiu que elementos europeus não serviriam para explicar as práticas realizadas pelas sociedades que estudava, o mesmo aconteceu nos estudos da antropóloga estadunidense Margaret Mead, ao estudar as culturas da Nova Guiné. No Brasil, o antropólogo francês Claude Lévi- Strauss aplicou o relativismo cultural ao observar as tribos indígenas brasileiras e desenvolveu importantes contribuições para a teoria estruturalista.