No Brasil, a segregação social pode ser explicada também a partir de origens históricas e sociológicas. O país viveu por mais de 350 anos sob regime de escravidão e com a abolição em 1888, a população recém liberta, não foi considerada cidadã pela legislação. O Estado brasileiro, por sua vez, não apresentou nenhum projeto para promover a integração dos libertos à sociedade ou mesmo para reparar os danos causados por mais de três séculos de escravização.
Em contrapartida, o Estado financiou a vinda de mão de obra imigrante com dois objetivos, substituir a mão de obra escravizada e promover o branqueamento da população brasileira. Com a vinda de imigrantes financiada pelo Estado e proprietários rurais e com o projeto de embranquecimento validado pelo racismo científico do século XIX, os negros e descendentes de escravizados, foram marginalizados, não tinha acesso a educação, empregos formais ou moradia em áreas centrais das cidades, promovendo o fenômeno chamado favelização.
O processo histórico de marginalização e não garantias de acesso a empregos que pudessem alterar a situação de vida, atrelado ao racismo, ainda colaboram para a segregação social de negros. Além de negros, os indígenas brasileiros também sofrem segregação social graças ao discurso colonia, que pos séculos afirmou que as populações nativas eram preguiçosas e pouco afeitas ao trabalho.O reconhecimento de direitos das populações indígenas só acontece na constituição de 1988.
Embora a constituição de 1988 reconheça direitos e cidadania de todos, muitas vezes a distância entre a lei e a prática é enorme e, efetivamente, populações negras, indígenas, mulheres, LGBTQIA + e outros grupos, ainda sofrem com a segregação social.